domingo, 15 de novembro de 2015

Um pedido de desculpas e um apelo!


Quem leu o que publiquei ontem certamente terá reparado no tom de medo, de desconfiança e pessimismo das minhas palavras.
Admito que me deixei influenciar e assolar pelas notícias e que não tive força suficiente para combater a nuvem negra que se posicionou acima da minha cabeça e no meu coração... Acho que qualquer ser Humano ficou impressionado, desiludido, incrédulo com as atrocidades que aconteceram estes dias contra tantas vidas. Eu deixei-me dominar por estes sentimentos, desculpem.

Agradeço ao Pe. VPM que me lembrou que a violência é um acto de desespero, ao qual se recorre quando já não há mais argumentos e, por isso mesmo, a violência tem um fim.
Não podemos achar que tudo terminará agora, que já não há mais nada a fazer. Ao contrário da violência, o Amor é eterno e continua sempre (por muito que, por vezes, possa parecer "adormecido").

Não nos deixemos dominar pelo medo e vejamos, não as portas da desgraça, mas as graças que estão para vir. Temos de estar atentos e deixar entrar o Amor!

Sempre fui e sou uma pessoa positiva, mas confesso que, por momentos, me deixei dominar pela desgraça, pelo medo, pela falta de esperança... E tudo por influência de uma comunicação distorcida, sensacionalista, derrotista. Penitencio-me por ter sido tão fraca...

E, finalmente, deixo aqui um apelo sério à comunicação social: têm o papel de informar os telespectadores, sim, mas façam-no de forma construtiva e não destrutiva!
Invadem as nossas casas com imagens e notícias dos vários atentados terroristas. Alimentam sentimentos de medo, a discórdia e a discriminação. Desinformam, por vezes. Fazem-nos crer que o mundo está a acabar e que dificilmente alguém conseguirá travar esses actos terroristas, sendo que, para isso, a retaliação bélica é a solução única...
Pois e as pessoas que largaram as suas casas para se deslocarem às fronteiras para apoiar os refugiados? E as muitas instituições que têm disponibilizado informação e apoios aos refugiados que, infelizmente, se viram obrigados a sair das suas terras, a largar as suas casas, para salvarem as suas vidas? E as pessoas que têm dinamizado campanhas de angariação de roupas e outros bens essenciais para enviar para os refugiados?

Só vejo uma comunicação social preocupada em alimentar o choque, o negativo, a escuridão de toda esta situação. Pois existem várias acções e campanhas de apoio aos refugiados e que não estão a ter a visibilidade que merecem e que deviam. Por favor invistam mais tempo neste tipo de notícias, estas sim, poderão ajudar a elevar a Humanidade!

Alguém viu a missão abaixo referida na comunicação social? Que tal começar a apostar também neste tipo de notícias?
Querem um Mundo melhor? Então mostrem-no!!

https://www.facebook.com/ruimarques.forum:
Amanhã partiremos para o Libano, em missão da Plataforma de Apoio aos Refugiados , no seu programa Linha da Frente , para estruturar o apoio às crianças refugiadas em vários campos naquele país. Com ONGs como a Caritas ou o Serviço Jesuita aos Refugiados, queremos levar o apoio dos portugueses a esta realidade. Parto com a alma triste e o coração pesado por tudo o que aconteceu nos últimos dias , em Paris, em Beirute, em Bagdah, ou no Monte Sinai, onde centenas de pessoas foram vitimas de atentados do ISIS. E estou seriamente preocupado e angustiado com o preço que centenas de milhares de refugiados vão pagar injustamente por este último atentado. Depois de terem sido vitimas na sua terra destes terroristas, voltam a ser vitimas na nossa terra, da nossa reação irracional ao que os terroristas aqui fizeram. Vamos também como resposta a tudo isto: não ficar tolhidos pelo medo, como ambicionam os terroristas e manter a determinação firme de ser solidário com todas as vitimas destes (e de outros) terroristas. Queremos estar ao lado , quer dos que morreram, quer dos que estão vivos, à procura de uma oportunidade de recomeçar a sua vida. Neste momento, em que as ondas de choque ainda só estão a começar, diremos "presente", ao lado de todos os que sofrem com a barbárie do Daesh/ISIS. Amanhã partiremos para o Líbano.

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