domingo, 13 de dezembro de 2015

Exame de consciência

Toda a gente sabe, à partida, o que é um exame de consciência. A questão é: quem é que o faz? Todas as noites, ao deitar, quem é que faz uma retrospectiva do seu dia e examina as suas acções, os seus pensamentos, as suas atitudes?

É, sem dúvida, reconfortante e motivador lembrar o que fizemos bem e a quem. Mas, principalmente, é um desafio reconhecer onde erramos e o que poderíamos ter feito melhor.

Quem nos pediu ajuda e ignoramos? Que superficialidade e futilidade nos cegou, por não termos tido força suficiente para a enfrentar e resistir? Caímos na maledicência? Agimos em prol do bem comum? Defendemos os mais fracos? Demos bons exemplos? Ajudámos alguém a levantar-se? Fomos um ombro amigo? Soubemos escutar? Fomos honestos e competentes? Fomos humildes? Soubemos travar injustiças?... Esta lista de questões será interminável, mas basta pensarmos e reflectirmos em duas ou três de cada vez para vermos onde poderemos melhorar.

Se cada ser humano fizer, cada dia, um exame de consciência verdadeiro e honesto, acredito que o mundo se tornará melhor! As pessoas tentarão estar mais atentas umas às outras, ajudar-se mais, amar-se mais e, por conseguinte, a sociedade será mais justa, saudável e feliz!
Cada um de nós faz parte da sociedade e tudo isto só será possível através do efeito do contágio, em nome de uma mudança de mentalidades e comportamentos.

2 comentários:

  1. Como extensão a este texto, acrescento umas palavras.
    Por vezes fazemos mal sem sequer sabermos, de tão focados que estamos em nós próprios e nos nossos...Por vezes conseguimos detectar onde erramos mas, um desafio ainda maior é perceber que algumas das nossas atitudes podem fazer mal sem que nos apercebamos. Todos temos inseguranças todos nos sentimos frágeis em determinadas alturas ou contextos. Percebermos isso e entendermos que os nossos erros nem sempre são fáceis de reconhecer e assumir e ter humildade de tentar ser melhor, mesmo quando não somos vistos, é também uma forma de sermos cada vez melhores. E podemos sempre ser melhores. :)

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  2. Concordo! E mais, amar também é dizer aos outros aquilo que sabemos que é difícil de ouvir, porque sabemos que pode magoar. No entanto, é preciso saber dizer. E, para quem precisa, também é preciso estar disponível e querer procurar ajuda, sem pudor, sem pensar que não o pode fazer porque estará a "incomodar" os outros. Ás vezes assumimos que não reparam em nós, no nosso sofrimento, mesmo achando que já demos os sinais suficientes para que nos vejam e venham ao nosso auxílio. No entanto, esses sinais podem não ter sido assim tão claros para os outros (além de poderem estar mais distraídos com outras coisas...). Mas a comunicação eficaz facilita tudo, há que saber pedir ajuda quando é necessário. E, para finalizar, um dos meus lemas é "ama e faz o que quiseres" (Santo Agostinho), no sentido em que, tratando-se de verdadeiro amor, o que está em causa é sempre uma atitude de entrega, dedicação, desprendimento do próprio, não havendo lugar para egoísmos. Se agirmos de acordo com esta premissa, só existe lugar para o bem. O problema é que nem sempre é fácil não nos deixarmos corromper e de ceder a tentações, a invejas, a inseguranças e poderes. É uma luta diária, mas que, se for feita de forma consciente, poderá levar-nos a sermos melhores pessoas. :)

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